A que será que se destina?
Por exemplo, obrigar o governo a nos ouvir e ver ministros(as) implorando, na última hora, uma “visitinha da Marcha”...
Aldo Rebelo, com aquele ar zen, recuperando a cara de indignação tranquila dos antigos tempos de presidente da UNE (fiquei com saudades, viu Aldo!), afirmou que seu compromisso com a construção da democracia exige que ele, como presidente da Câmara, paute, em breve, um amplo debate sobre a liberdade de religião, pois as religiões de matrizes afro não podem mais seguir sendo aviltadas.
Não em nosso país! Quanto à nossa opinião sobre o Estatuto da Igualdade Racial como mera peça de retórica (aprovado no Senado sem o Fundo Nacional de Promoção da Igualdade Racial!) e que não temos a pressa que tem o governo de “fazer bonito para preto ver”, Aldo Rebelo disse que o governo deseja a votação logo, mas nos acalmou ao afirmar que a “obstrução da pauta” na Câmara trabalha a nosso favor. Para quem sabe ler, um pingo é letra.
O “Tag des Zumbi”, em Berlim, foi dez! “Que navio é esse que chegou agora/ É o navio negreiro/ Que veio lá de Angola”...
Fala meu amigão Adauto: “Essa era a música tema que a bailarina e coreógrafa Zula Leme usou no workshop de dança “Zumbi dos Palmares”, em 18/11/2005, na Escola Primária Estadual Neues Tor Europa-Schule Deutsch-portugiesisch, em Berlim”.
Sim, a Marcha Zumbi 10 na Alemanha! A coreografia fala de uma aldeia africana invadida pelos portugueses, cujo povo foi escravizado e deportado, num navio negreiro, para o Brasil, sofreu muito, até que surgiram “zumbis e dandaras de Palmares” para libertar seu povo...
E o símbolo de liberdade que dançarinos( as) escolheram foi o Sol – símbolo de orixá Légba, no Haiti. Foi um dia repleto de emoções – tendo como público 300 crianças, professores, a direção da escola, familiares, artistas e militantes convidados.
Zumbi e seu povo chegaram aos corações e mentes daquelas crianças, via a aula “Zumbi e Palmares” e as oficinas de capoeira, maculelê, jongo, história do samba no Rio de Janeiro, bumba-meu-boi do Maranhão e maracatu. Sim, Adauto, há coisas que o dinheiro não compra...
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