Marcha Zumbi +10

Espaço para divulgação da Marcha Zumbi +10, que ocorrerá no dia 16 de novembro de 2005, junto aos meios de comunicação, militância, mundo acadêmico entre outros.

11.01.2005

Lutando o bom combate


Zumbi, produziu esta maravilha, 100.000 pessoas nas ruas de Salvador, contra tudo e contra todos, que apostavam na dependência e subserviência do movimento negro a interesses partidários e sindicais apenas.

De 2001 até hoje, mobilizamos a cada ano 100.000 pessoas, para protestar contra o Estado brasileiro (governos, partidos, sindicatos, sociedade) que convivem com o mais cínico apartheid e ainda se acham no dever de dizer como devemos conduzir a luta negra.

De 2001 até hoje, criamos a secretaria municipal da Reparação em Salvador e colocamos os interesses da comunidade negra na agenda da Roma Negra. Os blocos afros, os afoxés, os terreiros de candomblé, as entidades de advogados negros, o MNU Bahia, todos juntos contra algo que insiste em continuar o racismo escrevemos uma bela pagina da nossa história.

Agora é o dia 16 de novembro, Vamos fazer apenas como Rosa Parks, Ghandy, Biko, Mandela, conduzir nossa luta para a vida e para a glória, não é possível que depois dos Palmares 1695, da Revolta dos Búzios 1798, da Revolta dos Malês, da Revolta das Chibatas 1910, como os patriotas angolanos fizeram no dia 04 de fevereiro de 1961 para iniciar a luta para libertar Angola de Portugal, depois das entidades modernas do movimento negro, do Quilombismo de Abdias Nascimento e de Leila Gonzalez não saibamos quem são os inimigos e como eles atuam em diferentes formas de governos no Brasil, Colônia, Império, República.

Para eles sempre estaremos divididos, não há recursos, nossas prioridades não são prioridades, e nem existimos, sobre apenas os números que os promoviam ao poder. Isto acabou somos nós pro quem se espera nas periferias das cidades, nos campos, somos a esperança de igualdade real para negros e negras da maior nação africana do mundo ocidental e portanto temos que fazer a luta o bom combate tudo para criar o homem novo, a mulher nova, em um país novo sem racismo, sem exploração de qualquer forma.

O melhor vem agora, quis o destino que esta etapa da luta seja conduzida justamente por filhos e filhas dos terreiros de candomblés ,que venceram a luta contra os cachorros da polícia, contra policiais brutalizados, contras as leis intolerantes, contra um sociedade injusta e que neste momento de crise civilizatória brasileira estaremos todos juntos em Brasília dizendo o que queremos e como queremos ao país que tem nome de arvore que trata seus frutos e folhas muito mal.

Venceremos a luta continua
Um só povo, Uma só luta
Diversas formas, diversas conquistas

João Jorge
Presidente do Olodum